“E, quando
chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um
à direita e outro à esquerda. E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes,
porque näo sabem o que fazem. E,
repartindo as suas vestes, lançaram sortes. E o povo estava olhando. E também os príncipes zombavam
dele, dizendo: Aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o
escolhido de Deus”.
Lucas 23, 33-35.
A vida não è cíclica, é um fato é
muito mais simples, existencial e lógico. Temos uma mesma essência, a nossa
humanidade, e esta conduz-nos pelos caminhos da humanidade. Onde reside o
problema? No fato que não aprendemos da humanidade as lições dadas pela
historia. A este ponto, até quando escutaremos as palavras de Jesus sublinhadas
acima? Jesus, era tão humano que tomava da historia, muitas delas contadas em
forma de parábolas, as grandes lições a serem aprendidas pelos seus amigos, os
discípulos. Assustado, sofrendo com Cristo pelo que leio, vejo e ouço, conto-lhes
a saga de d quatro pessoas: Carlos e Pureza, Laudenor e Anaildes.
Carlos. Era um “vivedor”, como dizem
os espanhóis; um que vivia para gozar a vida, cheio de vaidade. Emprenhado de
sonhos, carregava nas costas muitas experiências afetivos.
Laudenor. Homem de vida pacata,
dedicado aos negócios e desde cedo, levava adiante a responsabilidade de uma
família e dos negócios. Não tão bonito quanto responsável!
Anaildes. Mulher firme e com grande
capacidade de comando e de persuasão, defensora e detentora do nome inscrito
nas arvores genealógicas.
Pureza. Também detentora de uma
arvore, ainda em construção, mas com raízes suficientemente sólidas; pouco dada
aos estudos e muito dedicada aos prazeres da vida juvenil.
Come nos estudos de Mendel, sobre o
cruzamento genéticos das ervilhas, poderíamos dizer que sairão Laudenores,
Analides, Carlos e Purezas? Sim e não! Pode surgir frutos híbridos, melhorados?
Sim! Voltemos ao caminho traçado!
Anaildes e Laudenor casam-se. Ele
buscava uma ancora, ela uma terra firme onde apoiar-se, mantendo os valore,
acrescentando nomes e capital. Nasce uma prole numerosa que dá continuidade à
saga e surgem coisas novas e velhas. Uma família comum.
Carlos, depois de um casamento fugaz
encontra em Pureza, insatisfeita com o noivo “arranjado”, a mãe de sua prole
numerosa e diversa. Até aqui, famílias comuns, tudo por construir, sejam os alicerces
físicos que afetivos.
Quem deu o primeiro passo? Essa era
a pergunta que todos faziam e fazem-se ainda hoje. Retenho que a pergunta seja
importante, mas do ponto Do meu ponto de vista, prezando pelo indefectível
valor da liberdade, afirmo que seja ainda mais importante perguntamo-nos: quem
seguiu àquele primeiro passo?
A versão mais aceita por vocês, meus
caros leitores, será esta que agora vos narro porem, alerto que pode ser
hipotética, o que não nega a realidade dos fatos.
Carlos, com seu ímpeto de
infidelidade flerta Anaildes e surge um alento para uma mulher de vida
ordinária dedicada à pedagogia e à família. Do que ver-se-ia, Laudenor não
acreditava em uma possível insatisfação da esposa, ao menos nunca cogitou pois
tudo seguia o seu curso e a prole numerosa parecia ser o reflexo de um feliz
conúbio. Nai sentia-se atraída por aquele forasteiro que com um sotaque
carregado e um sorriso maroto dava ares de jovialidade àquela vida interiorana.
A conivência de amigas e até de parentes deu-lhes a possibilidade de
aventurarem-se nas águas caudalosas da paixão, na ardente e provocante sensação
de experimentar de um fruto proibido.
Tudo poderia ter sido fugaz, mas não
foi!
Beco, ultimo rebento da união
Laudenor-Analides, era o escondo onde a traição de Carlos e Anaildes encontrava
proteção. Saia de casa com o recém-nascido e deixando-o com alcoviteiras
embrenhada no próprio seio familiar, abandonava o mundo para lançar-se no
egoísmo dos seus prazeres pessoais, das duvidas por resolver, das contar por
ajustar consigo mesma. Carlos, de sua parte parecia ser movido por outras
tantas duvidas, se bem que duvido que ele tenha tido momentos de sobriedade
consigo mesmo, sempre impulsionado pelo desejo do desconhecido, a aventura de
um eterno Peter Pan.
Como diz um adágio popular,
“mentiras tem pernas curtas”; e a deles não fugiu à regra.
Mesmo tentando dissimular a sua
aproximação ao sergipano por meio da amizade com a esposa, não tardou em chegar
noticias dos amantes; noticias de encontros regados a traição.
Como se desenvolve a historia?
“deixando pra lá” tudo! Carlos e Anaildes deixam os filhos sem proteção, modelo
ou explicação; deixam pra lá a família, as convicções, as duvidas, ... deixam
como legado póstumo a covardia de não ter afrontado de frente a realidade de
seus casamentos, de não terem resolvido no dialogo os problemas, as duvidas, as
fantasias, as esperanças, ... E Laudenor e Pureza? Quem seguiu o passo? Quem
tentou recomeçar? Quem buscou ser feliz? Quem foi feliz? Alguém foi feliz? Não
creio!
E onde termina a historia? A
historia termina?
Como toda causa tem um efeito, como
diz-nos a lei da física, a prole cresce traumática a causa da saga contada e é
tentada a crer ou reproduzir o desastre materno-patriarcal; são movidos como
toda a humanidade, por momentos de duvida, fantasia, esperanças, pela pitada de
egoísmo que portamos dentro de si, ... mas já não são os mesmos, tiveram a
oportunidade e capacidade de refletir sobre outras estradas, sobretudo sobre
aquela errada seguida pelos pais. Não têm porque seguirem os rumos da
sociedade, Jesus os fez pessoas novas.
A historia é linear e não cíclica,
as coincidências são o sinal da nossa pertença a uma mesma humanidade.o desfecho
das historias, quando repetem-se, são o reflexo da nossa cegueira, da
incapacidade de refletir, rezar e amar. A traição não pode mais ser
justificada: nem como causa, nem como efeito. Uma união que não seja fundada no
amor não é sinal da presença de Deus, não é matrimonio. Necessitamos discernir,
sobretudo antes de criar laços como a prole pois, a este ponto devemos pensar a
três. O verdadeiro amor nasce da capacidade de auto-doação, na cumplicidade, na
sinceridade, na liberdade, na verdade, na capacidade de pensar no outro, na
capacidade de renunciar, de perdoar, d recomeçar bem, assumindo que errou e
pedindo perdão, sempre, sempre, sempre, por amor. O nosso futuro repousa nas
mãos de Deus, e Ele quis fazer-vos protagonistas nessa construção.
Que a Mãe do Divino Pastor, seja Luz
para guiar-vos pelas veredas de Cristo.
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