03 marzo, 2013

La forma nel "libro della lamentazione della filosofia", di Raimondo Lullo



Introduzione

La tradizione post aristotélica ha chiamato di ilemorfismo l’intento di ordinare de diverse esfere degli enti dell’universo nelle sue diferenziazioni de livello, partecipazione e di intenssità dell’essere, usando per questo scopo, il principio diadico matéria-forma[1]. Questo modo di comprendere la costituzione universale, partendo dalla costituzione ilemorfica, era molto viva tra i medievali che denominavano la forma e la matéria come causa materiale e causa formale.
«A tradição filosófica remete essa doutrina das causas a Aristóteles, que teria apresentado 4 causas divididas em: causa material, causa formal, causa final e causa eficiente. Como já dissemos, nossa tendência, hodierna, é ver a relação das quatro causas como uma relação produtiva, no sentido de fabricação de um determinado artefato. Nesse sentido, a doutrina do hilemorfismo passou a ser considerada como ingênua e primitiva. Acabamos por compreender toda a doutrina hilemórfica numa relação de causas, ao modo de trabalho numa oficina, como a fabricação de um vaso de barro. Tendo: causa material = Barro; causa formal = o molde, configuração, de vaso; causa final = finalidade do vaso; e causa eficiente = o oleiro que modela o vaso. Então, diz-se que o universo era constituído deste modo: Deus é a causa eficiente, que age sobre a matéria (causa material), impondo-lhe uma forma (causa formal) em vista de um determinado fim (causa final). Ou seja, o universo é visto como uma relação de causa e efeito, ou melhor, de causação. Esse modelo de compreender a relação de causas diz apenas parte da constituição do universo, sendo válida somente para o nível mais ínfimo dos entes, o nível de ser enquanto não vivo, enquanto físico-material»[2].
Allora, si deve, in questo lavoro, intendere la matéria inserendola dentro dell’insieme delle cause, per mezzo delle quali i medievali dinamizzavano e strutturavano una comprensione ordinata dell’universo.
«[...] as palavras chaves dessa doutrina são: forma, matéria e causa. Estas três [...] formam momentos dinâmicos de uma constituição. A dinâmica de matéria mais forma constitui a causa. Dessarte, causa é o princípio dinâmico que rege, caracteriza e estrutura as diferentes esferas ou regiões do ser. Nem a forma nem a matéria são por si; ambas são a partir de outro, ou seja “ab alio”. A matéria não poderia ser se de algum modo não fosse in-formada; por mais provisório que seja, só há matéria mediante a ação da forma. A forma, todavia, necessita da matéria para poder ser factual, real, para que em in-formando a matéria possa se manter e permanecer. Numa ordenação, entre ambas existe uma acentuação preferencial na forma, pois seu modo de ser exerce uma prioridade em relação à matéria. Porque nos diversos níveis de participação do ser está mais próxima ao ser, a forma, tem maior comunicação do ser do que a matéria. Isto é, quanto mais forma, tanto mais ser. É a forma que nos diz o que cada ente é dentro da constituição do universo»[3].
In questo senso il Lullo[4] è in armonia con la mentalità del suo tempo, come si potrà vedere all’analizzare la struttura del suo Libro della Lamentazione della Filosofia[5], fonte primaria e oggetto di questo lavoro. Come fonte primaria, sarà usata la traduzione in lingua portoghese del Libro della Lamentazione della Filosofia; lo stesso critério sarà usato per le citazioni della Vita Coetanea.
Dato lo scopo introduttivo del lavoro, questo verrà strutturato dal seguente modo: la presentazione dell’opera, preceduta dal suo inserimento nel contesto biografico e bibliografia lulliano; il suo posto dentro di quello che fu la polemica con gli averroisti, e, finalmente, l’analisi del Della forma, dove sarà articolato il suo contenuto – dentro della visione ilemorfica –, raccogliendo le conseguenze di questa interazione come dinamica, cioè, come parte della strutturazione del mondo delle sostanze composte, che ha come apice, l’essere umano.
Infine, questa esposizione, non sarà dedicato uno spazio specifico alla analisi del capitolo intitolato Della Materia. Tuttavia, mentre si farà il commento sul capitolo Della Forma, inevitabilmente, la tematica sarà relazionata a quella della materia, come richiede la dottrina ilemorfica.

I - L’opera nel contesto biografico e bibliografico lulliano

Raimondo Lullo, ha vissuto, per trenta anni, una vita dedita ai piaceri mondani; infatti, «sendo Raimon senescal da mesa do Rei de Maiorca, ainda jovem, e muito dado a compor vãs cantilenas ou canções e outras leviandades do século, estava uma noite sentado junto à cama, disposto a compor e a escrever em vulgar uma cantiga sobre certa dama a quem amava com amor vão»[6]. Avendo come nuova tappa della sua esistenza le cinque visioni del Crocifisso, comincia un processo di conversione a Cristo (1263).
«Pôs-se, então, a pensar qual seria o serviço que mais agradaria a Deus e pareceu-lhe que nada Lhe podia prestar maior ou melhor serviço que dar a própria vida e a alma por amor Dele e em Sua honra; e isto, convertendo ao Seu culto os Sarracenos, cuja multidão cerca inteiramente os Cristãos. Mas, com isto, voltando a si mesmo, considerou como era falho de toda a ciência necessária a tão alto empreendimento, pois até de gramática não aprendera senão muito pouco. E sofreu muito, consternado por este pensamento»[7].
Domandandosi sul progetto di Dio per la sua esistenza, condotto dai consigli di San Raimondo di Penyafort, decide di dedicarsi alla conversione degli infedeli e alla diffusione della fede Cattolica.
«Cumprida a peregrinação Raimon dispôs-se a tomar o caminho de Paris, para ali aprender gramática e mais alguma outra ciência adequada aos seus objetivos. Mas os parentes e amigos e principalmente Frei Raimon de Penyafort, da Ordem dos Pregadores, que noutros tempos compilou as Decretales do Senhor Papa Gregório IX, pela persuasão e conselhos o dissuadiram desta viagem e, por assim, dizer, induziram-no a regressar à sua Cidade de Maiorca»[8].
In quello stesso anno, dopo di aver preso l’abito di penitente, come via di preparazione alla sua missione, compra uno schiavo moro, con lo scopo di imparare la lingua araba.
«Quando aí chegou, abandonando o modo de vida faustoso que tivera, vestiu um hábito do burel mais grosseiro que pode encontrar, e assim, nessa mesma cidade, estudou um pouco de gramática e, tendo comprado ali mesmo um Sarraceno, aprendeu com ele a língua árabe. Passados nove anos, aconteceu que o Sarraceno, estando Raimon ausente, blasfemou o nome de Cristo; ao sabê-lo, no regresso a casa, pelos que ouviram a blasfêmia, movido pelo grande zelo da sua Fé, Raimon bateu-lhe na boca, na fronte e no rosto. O Sarraceno concebeu, por isto, um rancor extremo e começou a imaginar a maneira de matar o seu senhor»[9].
Nei prossimi dieci anni (1264-1274), acquisirà conoscenza «della lingua araba, dei principi dell’Islam e della cultura araba; attraverso i contatti con i musulmani liberi, apprese qualche nozione di filosofia e di teologia musulmana»[10]. In questo stesso periodo dà inizio alla sua produzione letteraria.
In futuro, la sua concezione della missione passerà, necessariamente, per la via della formazione dei missionari.
«Um progetto missionário che si conformasse a questa visione, doveva privilegiare prima di tutto um’immersione nella cultura. Sembrava necessária non solo la conoscenza della língua, ma anche, in modo piu decisivo, la conoscenza delle risorse espositive che erano usate nella presentazione compendiosa dell’Islam. La presentazione del cristianesimo doveva rivestirsi di questi medessimi procedimenti che, nella tradizione sottostante, erano procedimenti dimostrativi e razionali»[11].
I missionari, nella sua visione, dovevano prepararsi dignitosamente acquisendo una buona conoscenza della lingua e cultura dei destinatari del messaggio, potendo, cosi, dare il passo seguente: l’annuncio del messaggio in un linguaggio chiaro e preciso, come ha fatto lui stesso nel suo itinerario missionario. Questo si può vedere dallo scopo di Miramar (1274), scuola ideata proprio per la preparazione dei missionari[12]; approvata dal Papa Giovanni XXI (1276-1277), come conferma la Bolla Laudanda tuorem (1276); affidata, posteriormente, ai frati francescani, in funzione del suo desiderio di intraprendere, personalmente, dei viaggi missionari alle nazioni infedeli, come furono il caso di Tunisi (1293, 1314) e di Bugia (1307)[13].
«La influencia de Lulio sobre el ecumenismo fue profunda. En lo inmediato, gracias a sus esfuerzos el rey catalán estableció una escuela para la formación de misioneros en Mayorca llamada Miramare, que adoptó el criterio de Lulio. La escuela, que funcionaba bajo los auspicios de los franciscanos y que recibió el respaldo del papa Juan XXI (en la bula Laudanda tuorem de 1276), fue la primera en ofrecerle a los misioneros estudios en las lenguas de las otras religiones, “para entrar en unión y poder conocer a extranjeros y amigos”. Lulio hizo campaña por otras escuelas similares a través de peticiones a los papas y al concilio de Viena de 1311; los canónigos del Concilio acogieron su propuesta, y deliberaron sobre el establecimiento de cinco escuelas: en Roma, Boloña, Paría, Oxford y Salamanca. Estas escuelas serían para enseñar árabe, hebreo, sirio y griego»[14].
L’nflusso di queste problematiche nella vita del Lullo si riflette anche nella sua produzione letteraria; infatti, in ambito accademico Lullo aveva come motivazione il suo progetto di condurre alla verità coloro che persistevano nel errore. Con questo scopo ha insegnato la sua Ars e ha polemizzato con quanti insistevano in far diffondere l’errore, aspetto che sarà affrontato in seguito.

II - Il contesto polemico dell’opera

Dopo di aver superato le difficoltà iniziali nel riguardante all’insegnamento della sua Ars a Parigi[15] – primo viaggio, 1289 [in totale ci furono quattro viaggi: 1289, 1297-99, 1306, 1309-11][16] –, Lullo si inserisce nel duro combatte contro i pensatori averroisti; sopratutto, a Parigi, con quelli dell’Università di Parigi, come commenta Esterltich:
«Cosi, senza mai smettere di scrivere, Lullo ando a Genova, Montpellier, Avignone, Parigi dove intraprese uma vera crocoata contro l’averroismo. A Filippo il Bello chiese di liberare Parigi “dagli errori” di Averroè, che negavano i punti fondamentali della religione cristiana e trasmettevano uma visione storta del uomo, e di fondare collegi dove venissero insegnante le lingue degli infedeli. Dai maestri dell’Università parigina ottenne il riconoscimento delle sue dottrina, e dal re di Francia carte raccomandatizie per tutta la Cristianità»[17].
Nel suo quarto e ultimo viaggio a Parigi, ha scritto alcune opere polemiche, molte tra queste, rivolte al re di Francia, con tematiche antiaverroisti, come fu il caso del Libro della Lamentazione della Filosofia.
«Ao soberano Filipe, o mais ilustre dos príncipes e o mais pacífico rei dos francos, que refulge por favor de Jesus Cristo e sua ajuda admirável com coroa excelentíssima dos reis, e maravilhosamente ornado pela graça dele tanto por bens da natureza quanto por bens da alma, […] a vós recorro, tal como a um auxiliar condigno e coluna máxima da verdade, impetrando ajuda contra a injúria feita a mim, na vossa cidade de Paris, pelos averroístas. Eles afirmam que, segundo o meu modo de entender, isto é, pelo intelegível, que é meu sujeito, a fé católica é errônea e falsa; mas pelo crer, dizem ser ela verdadeira. E por esse motivo me fazem grande injúria, porque o meu intelecto não implica contradição entre entender e crer. A este respeito, portanto, na medida de minhas forças, peço defesa»[18].
Il Liber lamentationis Philosophiae, deve, prima di tutto, essere inserito nel contesto delle opere lulliane scritte in occasione di questo suo ultimo viaggio a Parigi (1309-1311), nell’insieme delle suo opere contrarie al pensiero di Averroè[19]. Tra i difusori del pensiero di Averroè, «João de Jandun (128?-1334) teria sido o grande averroísta que Lúlio, pessoalmente, combateu em Paris. João de Jandun, professor na Universidade, defendia que Aristóteles e Averróis completavam-se na formação de um sistema único que seria a forma mais requintada de filosofia; portanto, haveria que segui-los fiel e exclusivamente»[20]. Ancora, sopratutto contro la divisione che gli averroisti di Parigi proponevano su la concezione di due verità e della possibilità di questi di contrapporsi[21].
Nel Liber lamentationis Philosophiae, soprattutto, il Lullo desidera presentare gli errori esistenti nelle tesi averroisti, in modo speciale, della dottrina che veniva diffondendosi e provocando la separazione tra filosofia e teologia, come appare nel Prologo dell’opera. Infatti, dirigendosi al re, afferma:
«Não obstante digam que crêem na santa fé católica e que não entendem que a mesma seja falsa, afirmam, contudo, não entenderem que uma virgem possa parir um filho e que do nada se faça algo, e o mesmo asseguram de outros artigos da fé. Dizem que isto deve ser concedido quanto ao sentido e quanto à imaginação, mas não quanto às doze imperatrizes divinas, mencionadas no livro De Natali, que são relativas aos princípios da teologia, enquanto Deus existe como sujeito da própria teologia. Dessa forma, podem negar que a virgem deu à luz um menino e assim por diante»[22].
Il monopsichismo è combattuto, nello stesso libro, nel Dell’inteletto. Secondo questa dottrina, l’inteletto attivo umano è uno solo per tutta l’umanità e non è legato alla materia; già che, secondo Aristotele, l’inteletto è separato, semplice, impassibile e inalterabile. Se fosse individuale, sarebbe individualizzato dalla materia-corpo, e quindi, incapace di raggiungere l’universale, il sapere. Cosi, il monopsichismo distrugge le concezioni di personalità, immortalità individuale e destino eterno dell’uomo.

III - La struttura dell’opera

Il Liber lamentationis Philosophiae presenta la seguente struttura: 1) Dedica al re Filippo il Bello, 2) Prologo, 3) Della Forma, 4) Della materia, 5) Della generazione, 6) Della corruzione, 7) Della elementativa, 8) Della vegetativa, 9) Della sensitiva, 10) Della immaginativa, 11) Del movimento, 12) Dell’inteletto, 13) Della volontà, 14) Della memoria, 15) Dello scopo del libro.
Il contenuto dottrinale del libro sta sposto nei numeri che vanno da 3-14, e, in questi numeri, il Lullo espone l’ordine costitutivo dell’universo, dalla prospettiva della Creazione; e, sin dal Prologo, sono chiamati, da lui, di principi, perché non sono cose, ma si orizzonti o dimensioni dentro delle quali diventa possibile l’inseguimento degli enti concreti che occupano l’universo nelle differenti strutturazioni del suo essere.
«Disse a Filosofia, suspirando e chorando: Eu confesso perante estes meus princípios os quais são: (1) Forma, (2) Matéria, (3) Geração, (4) Corrupção, (5) Elementos, (6) Vegetação, (7) Sentido, (8) Imaginação, (9) Movimento, (10) Intelecto, (11) Vontade, (12) Memória, que nunca concebi fraude ou engano contra a teologia; pelo contrário, confesso que sou serva dela, para que através daquelas coisas, que concebo pela alma, entenda os entes reais e louve e bendiga a Deus e as imperatrizes e tenha conhecimento da essência de Deus e de sua operação intrínseca, bem como das imperatrizes e dos atos das mesmas»[23].
I numeri 3-6 formano un tutto speciale; al passo che 7-13 si presentano come principi, risultanti dell’interazione tra 3 e 4 – il binomio materia e forma –, che si mostrano come principi strutturanti del 5 e 6 – generazione e corruzione –, per mezzo dei quali vengono alla presenza, alla realtà: le dimensioni 7-13, dove sono esposte le dimensioni degli enti che usualmente sono chiamati di differenti ordinamenti delle sfere degli enti, o, delle sostanze composte. Queste sono: l’elementativa, mondo degli enti organici-vivi, piante; la vegetativa, mondo degli enti sensibili, gli animali; l’immaginativa; il movimento. Sono principi che presentano il passaggio del mondo degli animali al mondo razionale: l’uomo, dotato di intelletto, volontà e memoria.
Tutta la concezione ontologico-cosmologica degli enti nel suo essere è presentata dal Lullo in forma allegorica, rendendo comprensibile i movimenti costitutivi degli enti nella sua totalità, tramite il dialogo tra la filosofia; i principi; Raimondo; e, le virtù, la contrizione e la soddisfazione[24]. In questo senso, la filosofia, i principi e le virtù sono personificate in delle figure femminili.
«As senhoras supramencionadas e Raimundo pediram-lhe por que razão tanto se lamentava e lastimava.[…] Mas, as senhoras e Raimundo quiseram saber primeiro o estado dos seus princípios. Isso agradou à Filosofia, que ordenou que a Forma primeiro falasse de si mesma e de tal modo, que as senhoras e Raimundo pudessem ter dela conhecimento»[25].
Dall’altra parte, l’inteletto e Raimundo Lullo, invece, sono personificati in delle figure maschili[26].
L’ambiente in cui si dà il dialogo e l’incontro è un luogo paradisiaco; in un luogo dove ancora si può respirare l’aria pura della verità originaria e non in un’atmosfera impura, indicativa delle posizioni averroisti; «Em certo prado ameníssimo, sob certa árvore, na qual muitas avezinhas cantavam, encontraram a Filosofia e seus princípios acima referidos. Ela estava ali, recreando-se, de certa forma, graças à beleza da árvore e aos gorjeios dos pássaros. E também ali havia uma fonte muito linda»[27].

III - La forma nel Liber lamentationis Philosophiae

Il modo come la forma, personificata, parla, riflette lo stile letterario lulliano; ma, sopratutto, un’intuizione in relazione al modo di rapportarsi di Dio con le creature, e, al modo di rapportarsi delle creature fra di loro. Il dialogo, cosmico e vibrante, ha la sua origine nella comprensione della Creazione come filiazione divina. Quindi, ogni volta che la forma si rivolge a Raimondo, alla filosofia e alle virtù, sarà con lo scopo di esporre a loro la sua sostanza, l’ente che questa è nella gradazione di partecipazione degli enti nell’essere.
La lettura del Della forma, ci conduce all’immediata presentazione di questa che si definisce cosi: «Sou o ente que dou o ser à coisa. E sou absoluta e primitiva, pois que com a matéria-prima constituo uma só substância geral de todo o universo»[28]. Il Lullo capisce la dinamica della diade materia-forma, in quanto formatrice della sostanza unica di tutto l’universo, come una irruzione dell’immenso riempiendo il vuoto, vuoto indeterminato, vivo e dinamico. Ecco perché la forma si manifesta dicendo: : «Sou o ente que dou o ser à coisa»[29]. L’ente deve essere come la presenza del tutto e del nulla; tutto e nulla in una totale e simultanea relazione di presenza e assenza, come donazione totale e ricevimento dell’essere, cioè, materia e forma. Questa dinamica simultanea costituisce come ente, e il Lullo la chiama di cosa. Da questo rapporto di pura passività del nulla e di attuazione del tutto sorgono le aggregazioni di cose come concrezioni dell’universo. Questa dinamica di pura passività e di pura attivazione del tutto è assoluta e primitiva perché si riferisce all’aprirsi del tutto dell’essere come costituendo l’uno. O sia, uma sola sostanza come tutto «uma só substância geral de todo o universo»[30]. Si dice sostanza perché lui accentua il momento della pregnance, attuazione del tutto, nel fondo abissale del nulla. Abisso del nulla, gratuità dell’essere è matéria-prima, cioè, potenza ricettiva, potencia obediencialis. Forma assoluta vuol dire, pienezza assoluta come donazione gratuita dell’essere. Però, tanto una quanto l’altra si donano simultaneamente, scatenando innumerevoli esplosioni, diffusione, espansione, slancio o movimento reattivo che costituisce l’universo, facendo della materia e della forma la sostanza generale nel senso di generativa di tutto l’universo.
Da questo si vede che il Lullo partecipava da quella concezione della creazione dove il Creatore, crea dal nulla, com passività, piena ricezione, gratuità, come potencia obediencialis, come generosità di ricezione, come materia e allo stesso tempo crea la diffusione, la donazione di se, come forma; cioè, lo stesso sfondo che i medioevali avevano, quando dicevano che Dio ha creato l’universo ex nihilo sui et subiecti, che ha creato l’universo dal nulla, dalla sua libertà e generosità. Questo movimento generativo-creazionale, come frutto della donazione e ricezione divina, come imput di esplosione, può essere quello che il Lullo chiama di composizione assoluta, o sia, totale libertà nell’istante del imput[31].
In questa composizione c’è un ictus (colpo) iniziale che passa da tutte le costellazioni degli enti, che finiamo per chiamare staticamente di bontà, grandezza, durata, potere, istinto, appetito, volontà, piacere e perfezione; e che sembrano essere ripetizioni del ictus, in innumerevoli ripercussioni, come conferma il Lullo:
«Disse a Forma: Sou a composição absoluta pela forma da bondade, da grandeza, da duração, do poder, do instinto, do apetite, da virtude, da verdade, do prazer e da perfeição. Provindo de todos os princípios inatos, sou ativamente uma única forma absoluta; ativando, existo pela bondade, pela grandeza e assim por todos os outros princípios inatos, dos quais sou constituída; e assim sou absoluta»[32].
L’anteriorità di questi principi non è anteriorità estatica a modo di causa e effetto, ma, come uma relazione, direbbe il Lullo, della correlatività concordante, in modo tale che, non esiste uma anteriore e uma posteriore, sono in vera interazione che fioriscono come mondo, come paesaggio. Per questo, la forma dice che, «provindo de todos os princípios inatos, sou ativamente uma única forma absoluta; ativando, existo pela bondade, pela grandeza e assim por todos os outros princípios inatos, dos quais sou constituída; e assim sou absoluta»[33].
La forma deve essere vista da due prospettive: da uma parte, avendo come punto di riferimento l’universo, come irradiazione dell’essere, dove matéria e forma sono principi, mezzo e fine del ictus iniziale, lanciandosi verso la concretizzazione di tutto l’universo, sono, loro due, i sostanziali. Dall’altra parte, si questa donazione comincia ad essere tematizzata, irrompendo in questo o quello ente, la matéria e la forma passano a essere accidentale. Cosi, la forma sostanziale si dà come atto, passando, cosi, ad essere possibilità creatrice, potenza, potere per tutte le forme particolari o accidentali, che attuano negli istanti della concretizzazione di ogni ente; come per la donazione è data la matéria come istante ricettivo, formasi, allora, ogni volta, agenti concreti sostanziali. Il Lullo conferma quanto detto quando fa la forma dire che:
«Sou duplamente forma, a saber: substancialmente e acidentalmente. E sou ente em potência para todas as formas particulares que surgem, existindo eu em ato e elas e os agentes substanciais provindo de minha essência. De mim e deles provêm as formas acidentais, que em mim e neles são sustentadas e permanecem»[34].
Si deve cercare di capire l’assoluto come totale simbiosi di forma e matéria, dove la forma mentre si dona riceve l’essere ricevuto dalla matéria, e la matéria come il potere di ricevere la vigorosità della forma, in uma intimità dialógica che si ripete infinitamente nell’allegria della gratuità. Questo è comprensibile già che, è la forma che dice: «sou substância em potência»[35]. Cosi, la diade matéria-forma passa per tutti i momenti del processo di costituzione degli enti nella sua totalità. Allora, nella dinamica della generazione e della corruzione, il principio va strutturando i diversi livelli della intensità dell’essere degli enti.
Cosi, rileggendo il testo della forma, avendo come sfondo la comprensione della creazione partendo della dinamica tra la materia e la forma, si può capire meglio la sotto-divisione dei capitoli che si susseguono, nella sequenza del Libro della lamentazione della filosofia, intitolati: della generazione e della corruzione. Insieme al della forma e della materia, formano um’insieme, come che uma esplicazione iniziale, lasciando i fondamenti per la comprensione della dinamica interna della costituzione dell’universo.
La sequenza dell’opera, fa apparire il modo come la dinamica della strutturazione dell’universo conduce alle sfere di intensità degli enti, denominati dal Lullo: della elementativa, della vegetativa, della sensitiva, della immaginativa. L’immaginativa prepara il passaggio dalla sfera degli enti viventi, alla sfera dell’ente vivo umano, costituito di inteletto, memoria e volontà. Però, prima di entrare nel regno umano, con i capitoli dell’inteletto, della volontà, della memoria, Lullo inserisce un capitolo di nome, del movimento, dove è ripresa la tematica della dinamica della costituzione dell’essere negli enti come movimento.
Già diceva il Lullo, «A forma é o ente que dá o ser à coisa»[36]. Nella sua relazione con la materia, la forma si torna dinamica, principio, causa dell’attualità, della realtà, degli essere degli enti. Inizialmente, la forma ha la possibilità di determinazione, come proprietà delle cose materiali. Tuttavia, come principio determinante della materia, la forma segue, pian piano, costituendo differenti livelli, orni volta più alti. È in questo senso che i medioevali facevano la distinzione dei livelli della forma, per mezzo della causa. Da questo prospettiva, capivano i vari livello formali: causa formale, finale ed efficiente. Da una parte abbiamo la materia – o principio passivo, causa materiale –, e dall’altra, i tre livelli formali, i principi attivi.

Conclusione

L’interpretazione averroista della teoria aristotelica della costituzione degli enti – un’interpretazione sbagliata del De anima[37], che ha dato posto ad una interpretazione dualista e servito di collona per la costruzione averroisti del monopsichismo, e dell’eternità del mondo –, fu la motivazione lulliana per poter scrivere il Libro della Lamentazione della Filosofia. Cosi, in unione con il pensiero di Alessandro di Hales e Buonaventura, il Lullo ribadisce che, in questa realtà assoluta e spirituale chiamata Dio, la materia esiste – perché tutti gli enti vivi sono costituiti di materia e forma –, però, «una matéria metafísica, intesa come puro principio di potenzialità»[38]. Com questo, la diade materia-forma, nel Lullo, è utilizzata per indicare il movimento per la costituzione delle differenti sfere degli enti – siano questi del regno minerale, vegetale, animale, umano, o ancora, delle sfere degli enti espirituali, contrastando cosi, la versione interpretativa del pensiero aristotelico, diffusa dai seguaci di Averroè.


Bibliografia

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[1] «Ilemorfismo, la dottrina aristotélica della sostanza come unità di matéria e forma. Il termine – dal gr, hýlē, matéria, e morphè, forma – fu coniato dalla neoscolastica per indicare l’interpretazione che Avicebron diede della teoria aristotélica sulla costituzione degli enti. Fondandosi sull’identificazione del concetto di matéria come quello di potenza, Avicebon sosteneva che tutte le sostanze, comprese quelle spirituali – come l’anima intelettiva e le inteligenze celesti –, sono costutuite di matéria e forma poiché, dal momento che si muovono, devono possedere un sostrato potenziale – ilemorfismo universale. Egli afferma cosi che la matéria si identifica com la prima delle categorie aristoteliche, la sostanza, e che questa “sostiene” – substinet – le altre nove categorie. La tesi di Avicebron fu ripresa da Alessandro di Hales, Buonaventura e R. Bacone, i quali però, per differenziare le sostanze materiali da quelle spirituali, ammetono che queste ultime siano provviste di uma matéria metafísica, intesa come puro principio di potenzialità. L’ilemorfiamo universale fu cogniato da san Tommasso che distinse in concetto di potenza da quello di matéria, e quindi affermò che le sostanze spirituali, pur implicando la distinzione potenza-atto – coincidente com quella di essesnza ed esistenza -, non comportano uma distinzione tra matéria e forma (De ente et essentia, 2-4)» (Aa.Vv., «Ilemorfismo», L’universale, la grande enciclopedia tematica, V. 6, Filosofia, I, Garzanti, Milano, 2003, 522-523).
[2] D.R. Girardi, Da immaginativa: Raimundo Lulio, vida, obras e tentativa de analise e leitura, São Paulo, 2005, p. 27, in: http://www.ramonllull.net/comum/ebooks/De_Imaginativa.pdf. 14/12/2006.
[3] Da immaginativa: Raimundo Lulio, vida, obras e tentativa de analise e leitura, p. 26-27.
[4] Raimondo Lullo (1232/3-1315/6), filosofo, poeta e teologo. Figlio unico di una nobile famiglia di Barcerlona, ha ricevuto una educazione cortese e cavalleresca – intimo della Corte del re di Maiorca, diventò paggio del principe, il futuro re Giacomo II –; compiendo trenta anni, però, una forte commozione espirituale lo spinge a redimensionre la sua vita; si dedica allo studio della filosofia, del latino e del arabo. A quaranta anni si retira al monte Randa, prossimo alla città di Maiorca, dove riceve […] una illuminazione divina […]. Dopo la conversione, inizierà una vita itinerante nell’Europa e Nord Africa. Scrive, studia e polemizza nelle università di Montpellier, Napoli e Parigi. La sua produzione versa su diversi temi: teologia, mistica, filosofia, scienze astrologiche, medicina, romanzi, poesia, pedagogia e retorica. Partecipa al Concilio di Vienne (1311-1312). Non ostante i momenti di malattia, non ha mai interrotto i suoi viaggi, la predicazione e la redazione dei suoi scritti. (Cf.: S. Muzzi, Per conoscere Raimundo Lullo, La vida, il pensiero e le opere, Assisi, Ponziuncola, 2006; E. Jaulent, Raimundo Lúlio, in: http://www.eca.usp.br/ prof/matuck/lulio.htm; W. Turner, «Raimundo Lúlio», Enciclopedia Católica in: http://www. enciclopediacatolica.com/r/ raimundolulio.htm. 14/12/2006).
[5] Cf. Corpus christianorum – Continuatio mediaevalis – Raimundi Lulli opera latina, Parisiis, Turnholti Typographi Brepols Editores Pontificii, MCMLXXV, editato da Hermogenes Harada O.F.M.R.; Parisiis anno 1311 composita, v. VII della ROL, 1975; R. Lúlio, Escritos Antiaverroístas (1309-1311) – Do nascimento do Menino Jesus/Livro da Lamentação da Filosofia, Tradução para o português: Brasília Bernardete Rosson, Sérgio Alcides e Ronald Polito, Vol. IV. Porto Alegre, Edipucrs, 2001. Per le note sara usata, la traduzione portoghese fatta da B.B. Rosson in edizione eletrônica: http://www.ramonllull.net/ sw_studies/l_sp/t_lamentat.htm. 13/12/2006.
[6] R. Lúlio, «Vida Coetânea», tradução portuguesa de Luísa Costa Gomes, em: Vida de Ramón, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1991, § 2.
[7] Vida Coetânea, § 5.
[8] Ibid., § 10.
[9] Vida Coetânea, § 11.
[10] Per conoscere Raimondo Lullo, 12.
[11] J.G. esterlrich, Raimondo Lullo, una teologia per la missione, Milano, Jaca Book, 2002, 29.
[12] Per conoscere Raimondo Lullo, 14.
[13] Raimondo Lullo, una teologia per la missione, 27.
[14] M.M. Weissbach, Raimundo Lulio: una gran voz en el diálogo de religiones, traduzione di Jaime García N. e Ludwig García A. in: http://www.schillerinstitute.org/newspanish/DialogoCultura/ RamonLlull - dialogRelig.html. 14/12/2006.
[15] Cf. Per conoscere Raimondo Lullo, 14.
[16] Cf. Raimondo Lullo, una teologia per la missione, 125-129.
[17] Raimondo Lullo, una teologia per la missione, 18.
[18] Livro da lamentaçao da filosofia, Dedicatoria, Prólogo.
[19] «Ibn Rushd, noto come Averroè (1126-1198). Nato a Cordova da una famiglia di giuristi, Averroè godette della protezione dei califfi della nuova dinastia degli Almohadi, che aveva sconfitto e sostituito quella degli Almoravidi. Averroè divenne medico del califfo Abu Yaqub Yusuf e fu nominato giudice a Siviglia e poi a Cordova; il califfo stesso gli diede il compito di commentare le opere di Aristotele. La sua situazione favorevole non mutò nei primi anni di regno del nuovo califfo al-Mansur, successo al padre nel 1184, ma verso il 1194 Averroè dovette subire un processo e varie sue opere furono distrutte. Per questa ragione, una parte di esse é sopravvissuta solo in versioni ebraiche e latine. Esiliato nei pressi di Cordoba, Averroè concluse la sua vita a Marrakesh in Marocco. Averroè diventerà noto presso i latini soprattutto come commentatore di Aristotele» (D. Fusaro (curatore), Averroè, in: http://www.filosofico.net/averroe.htm. 14/12/2006).
[20] Da immaginativa: Raimundo Lulio, vida, obras e tentativa de analise e leitura, p. 22.
[21] Quanto al pensiero di Averroè, possiamo riassumere in questi tre punti: l’unicità dell’inteletto umano, monopsichismo; l’eternità del mondo e la comprensione della doppia verità: quella della ragione e quella della fede (Cf. Averroè).
[22] Livro da lamentação da filosofia, Prólogo.
[23] Livro da lamentação da filosofia, Prólogo.
[24] Cf. Livro da lamentação da filosofia, Prólogo.
[25] Ibid.
[26] Livro da lamentação da filosofia, Prólogo.
[27] Ibid.
[28] Livro da lamentação da filosofia, II, § 1.
[29] Ibid.
[30] Ibid.
[31] Livro da lamentação da filosofia, II, § 8.
[32] Ibid., II, § 2.
[33] Livro da lamentação da filosofia, II, § 2.
[34] Ibid., II, § 3.
[35] Ibid.
[36] Livro da lamentação da filosofia, II, § 1.
[37] Aristotele, De anima, Bompiani, Milano, 20053.
[38] Aa.Vv., «Ilemorfismo», L’universale, la grande enciclopedia tematica, 522.

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