Hoje na versão web do Corriere dela sera (www.corriere.it) pesquisa sobre sexo: os italianos declaram ter 108 relações sexuais ao ano ( 2x/semana); Para 25% da amostragem, estas "relações" duram apenas 2 minutos. Que são: coelhos, lebres? Nestas estatísticas entram casados e solteiros, heteros e homos, adultos e adolescentes. Alguém consegue conceber uma relação sexual que dure 2 minutos? O sexo "solitário", um velho eufemismo pra referir-se à masturbação, num tempo em que o pudor não permitia conceber que tal prática fosse solitária? Penso que, mesmo entre casais, existem casos - não me permito, porém, de avançar previsões - em que o ato de amar tenha chegado a este ponto, instrumental; um fim em si, ao invés de um meio. Aqui entrar uma questão crucial? A educação sexual. Entendamos: educar não é, necessariamente, sinônimo de instruir. Vejamos o porque.



O sentido do amor no sexo - e do sexo no amor - a altitude desse ato de doação dentro não somente do contexto de vida cristã, mas de prevenção mais radical a todos os males ginecológicos e andrológicos, passaria pela fidelidade, pela abstinência em certos contextos. Mas esta educação sexual não nos passavam, nem na família, nem entre amigos, nem na escola, nem na Igreja,... Num país de fama sexualmente fogosa, de casamentos e uniões estáveis entre jovens adolescentes numa percentagem não indiferente, com casos de abortos assustadores e de paternidade e maternidade em tenra idade, a educação sexual era tabu. Falava-se, em surdina, de coisas de mulheres, coisas de homens,...era importante ter gonorreia, sífilis, como se a ignorância sexual fosse um rito de passagem obrigatório daquela fase onde não sei mais menino e, sim, homem.
Ainda me lembro de uma de minhas irmãs urrando com as dores pré-menstruais. Quis saber por que ela fosse menos felizarda do que eu, que ao invés de dor, só conhecia o prazer. Acho que foi minha mãe que respondeu-me em um primeiro momento: " é coisa de mulher!". Mas, pra bem da justiça, explicaram-me em casa, qualquer tempo depois. O resto, aprendi na escola. O outro resto, que não é um valor acrescentado à nossa dimensão sexual, acho que só aprendi pois tornei-me um clérigo; pois estou convencido que ainda exista um deficit enorme por parte da religião que professo em relação à educação de seu membros.
Noto, ainda um pieguismo que faz de um tema tão atual e tocante, um motivo de risada, às vezes de repúdio em função do modo como é tratado. Quando é tratado. Acho que falta gente preparada para trabalhar uma temática tua atual. E, às vezes, o uso de longínquas metáforas só distanciam, ainda mais, a atualidade da temática. Podemos ser diretos sem sermos vulgares!

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