Quantas vezes se pode perdoar? Posta nestes termos, a primeira resposta que vem à mente de um cristão - muitas vezes, farisaicamente - é a que deu Jesus: 70x7; que significa na mentalidade judaica de Jesus, infinitamente, sempre! Mas vejamos do que realmente se trata aqui e, na resposta do Senhor.

Postas estas premissas, já se pode antecipar que a desenfreada tolerância não ajuda o consolidamento da relação, se de relacionamento amoroso se trata.
Quem não se recorda do caso paradigmático de Bill e Hillary Clinton? A mulher traída que "engolia o sapo" da traição do marido com a estagiária dedicada a satisfazer os desejos de sexo oral do prepotente presidente. Pois bem, o reconhecimento público de sua infidelidade, a teatralidade do perdão da esposa ferida guiada pela legislação baseada na moralidade protestante valeu a permanência do marido na presidência não obstante as indiscrições sobre a modalidade da traição do residente da Casa Branca.
Quem não se recorda do caso paradigmático de Bill e Hillary Clinton? A mulher traída que "engolia o sapo" da traição do marido com a estagiária dedicada a satisfazer os desejos de sexo oral do prepotente presidente. Pois bem, o reconhecimento público de sua infidelidade, a teatralidade do perdão da esposa ferida guiada pela legislação baseada na moralidade protestante valeu a permanência do marido na presidência não obstante as indiscrições sobre a modalidade da traição do residente da Casa Branca.
Partindo do preceito jesuítico podemos bem dizer que um erro é compreensível; mas um erro repetido ou contínuo manda em crise qualquer relação. A manifestada intenção de não corrigir-se pode tranquilamente ser o ponto de não-retorno, o limite para aquele incondicionado perdão.

Quem dentro nós, apaixonados pelas modernidades informaticas, nunca usou os teclados Control+Z? Quem não? Então, este é um comando finalizado a anular a ultima operação realizada. Cancelada uma frase não intencionalmente? Ctrl+ Z e a frase reaparece em seu monitor! E como se, usemos uma metáfora menos moderna, si rebubinasse aquela fita cassete e nos fosse concedida uma segunda oportunidade.

Na ausência de tal propósito, sugere o bom senso, a separação momentânea pode ser aquela oportunidade concedida ao indiferente partner de dar uma "freiada" na vida e repensar os passos dados; ou no sentido da fidelidade, ou, no seu oposto. Pois, no caso jesuítico, o perdão deve ser conjugado com a justiça; ainda mais nos nossos tempos, onde uma "escapadinha" do casamento pode comportar danos irreparáveis como a contração de doenças como a AIDS, sem falar nos danos de ordem psicológico e moral. O partner que perdoa sempre, recordo a frase de um amigo meu, erra, porque choca com a paridade típica de uma relação entre pares - perdoem-me a redundância - passa do papel de partner ao papel de mãe. Além do mais, do ponto de vista psicológico, a pessoa ofendida deve poder viver sua raiva.
De fato, se o partner perdoa muito facilmente, negando-se o direito de sofrer é normalmente porque tem medo de perder o companheiro ou companheira. Então, esta em cheque uma forte dependência e não, o amor. Seja ela, econômica, de poder - pensemos outra vez à Clinton -, sexual ou intelectual,... O interesse é inquestionável e suficiente.

Control+Z; acrescentando, porém, a máxima jesuítica: vai, teu erro foi perdoado, mas, INSISTO, não erres mais!
O perdão é divino e de quebra terapêutico. É sinal de inteligência e liberdade.
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