Aulas 1 e 2 (Gedeão Lucas)
7/8/14
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Seguindo
o pensamento heidggeriano, pode-se afirmar que a ciência estende o seu poderio
para toda a terra, porém, ela não é capaz de voltar o seu olhar sobre si mesma.
A
ciência vive de soluções dadas de forma sutis ao fenômeno, sempre por meio do
mundo empírico, buscando uma boa teoria. É uma das grandes atividades da mente
humana, porém, não consegue atingi-la em sua totalidade. Seu objeto é o
existente ou o por existir. Tem como método o estudo lógico, sistemático e
objetivo. Então, a ciência classifica, infere leis a partir da observação, da
experimentação, sob a finalidade de tornar inteligível os aspectos do universo,
bem como conferir ao homem o poder sobre a natureza.
Divide-se em:
a. Ciência
da natureza: física, química, biologia etc.
b. Ciências
formais: matemática, lógica etc.
c. Ciências
humanas: história, sociologia, psicologia etc.
Diferentemente dos métodos do conhecimento científico, o
conhecimento vulgar é assistemático, acrítico, impreciso, autocontraditório. Em
contrapartida, o conhecimento filosófico é sistemático, elucidativo, crítico e
especulativo, a fim de estabelecer uma visão ampla e teorética do problema.
Logo, pode-se dizer que a filosofia é conhecimento, mas nem todo conhecimento é
filosofia.
EVOLUCIONISMO
Pode-se afirmar que existe duas concepções
distintas de evolucionismo. A primeira fundamentando-se em Darwin, que defende
a ideia de uma elaboração científica, com acumulação de experiência e
observação limitadas ao campo biológico. A outra concepção, fundamenta-se em Spencer,
na qual a ideia de evolucionismo é uma concepção geral da realidade, com
aplicação do mundo natural, quase como algo histórico e social, de modo a fazer
com que o homem se molde a partir das transformações que acontecem de forma
natural e contínua, ficando conhecido como darwinismo social.
EPISTEMOLOGIA, UMA
INTRODUÇÃO
Com o termo epistemologia se entende a
reflexão filosófica na natureza e as condições e limites de validade do
princípio, do método e dos resultados da ciência. O termo é usado como sinônimo
da filosofia da ciência, porque embora esta última impressão, há um significado
mais amplo que abarca o problema das relações entre a ciência e outras esferas
da cultura, como política, religião, arte etc. O termo em francês e espanhol é
usado como teoria da consciência, o conhecimento.
BIOÉTICA
O termo bioética hoje é utilizado como ética
médica, não correspondendo, entretanto, com a difusão do termo biopolítico, mais
conhecido dentro da comunidade científica.
A Teologia no começo da
Idade Moderna
É marcada pelo início da difusão do saber que
antes estava exclusivo no clero. Então há uma mudança de paradigma político –
Monarquias Absolutistas ou Estados Nacionais. Surge uma unidade cultural na
Europa, porém, deixa de ser uma unidade política, pois surge a Reforma Protestante,
ocasionando em guerras religiosas.
Nesta mudança de mentalidade, o homem se
torna protagonista de sua própria história, interferindo na teologia e na fé
cristã, devido ao seu novo modo de pensar com risco de ideias anticristãs
devido a ruptura com a fé cristã.
Concomitante a todos estes acontecimentos, há
a expansão marítima, com a conquista e colonização de novas terras. Nisso, com
a evolução mercantil, há enriquecimento cultural (conquistas geográficas).
Há a revolução e ascensão das ciências
durante o Renascimento (séc. XVII), deixando de lado o modelo aristotélico, levando
em consideração o físico-matemático.
Aulas
3 e 4 (Gedeão Lucas)
14/08/14
O conhecimento
De acordo com a Escola Austríaca, que insiste
no pour-parler para se chegar ao conhecimento enquanto episteme, deve-se partir
do “pré-conceito”, pois assim, se chega a um significado. Deve haver sempre o
cuidado de analisar a afirmação que foi feita, a fim de não cristalizar o
conhecimento, dogmatizando-o, pois o sensível é apenas um dos níveis para se
chegar ao conhecimento, não sendo a única porta de acesso.
O conhecimento, embora não detido, pode ser
alcançado, de modo a podermos montar a seguinte sequência: banalidade > doxa
> episteme. As construções fúteis podem ser a primeira fase para a
pré-compreensão das coisas e, consequentemente, o conhecimento científico se
torna propedêutico ao conhecimento intelectivo. Este, por sua vez, não deve ser
encarado simplesmente como se fosse algo capaz de arrebanhar seguidores para
si, pois, isto é próprio daqueles que simplesmente informam as coisas.
Segundo o filósofo Pascal, existe um nível do
conhecimento que não pertence ao mundo sensível. Para ele, a mente humana não é
como uma folha de papel em branco que não carrega nem um tipo de conhecimento.
Pascal segue a linha de pensamento agostiniana, neoplatonista.
Na esteira do conhecimento encontram-se aspectos
próprios o caracterizam. O primeiro, chamado doxa, é um tipo de conhecimento
que é relativo, podendo deixar lacunas no que diz, coisa que a episteme,
segundo aspecto do conhecimento, não faz, pelo menos não pretende. Foi
utilizada pelos sofistas para persuadir as pessoas, fato condenado por Platão.
Já no século III a.C. e I a.C., com a tradução da Escritura Sagrada do hebraico
para o grego, a palavra grega para glória é traduzida como doxa, sendo
utilizada em todo o Novo Testamento.
Na filosofia clássica, Platão afirma que doxa
é um conhecimento mediano do sensível. Está entre o conhecimento verdadeiro e o
hiperurâneo. Não é somente opinião sobre o sensível, nem sobre a realidade
invisível. É sair do conhecimento do senso comum para o conhecimento verdadeiro.
Com isso, pode-se afirmar que a doxa é pressuposto para o conhecimento da
ciência.
No que diz respeito à epistemologia, o
conhecimento que se tem hoje não é igual ao conceito platônico. A ciência não
tem a presunção de ditar a verdade, coisa que para Platão, a episteme era
incumbida de indicar a forma mais completa e sistemática do saber.
Aulas 5 e 6 (Gedeão Lucas)
21/08/14
É costume nas universidades cristãs a prática
de manter certos aspectos em relação à fé e, na história dos estudantes de Cambridge,
renomada universidade, até certa época, mantinha o pensar cristão sob o olhar
atento de três obras fundamentais de Paley[1],
sendo a primeira Evidences of Chistinity,
a segunda Moral Philosophy e a terceira Natural Theology. Tais obras
influenciaram sobremaneira os cientistas do século XVIII, abrindo em seu tempo a
ponte para a discussão entre fides et ratio.
Charles Darwin, aluno da supracitada
universidade, filho de um casal protestante, ao ter contato com as referidas
obras e feito observação em uma longa viagem que fez por várias partes do
mundo, chega à conclusão que os valores cristãos que lhe foram passados não
passavam de pura falácia. Passou a interpretar as Escrituras Sagradas à luz do
que viu. Com isso, não chega a negar a existência de Deus, porém, modifica a
relação que o divino tem na história, acontecendo uma releitura de sua ação. Então,
a presença divina continua sendo criadora e providente, mas, não é
determinante.
Após a viagem, e ao analisar os seus
escritos, Charles Darwin resolve mostrar a sua descoberta a Wallace, seu
professor e também pastor anglicano. Tal fato é comemorado pelos dois, pois, muito
embora o seu professor nunca ter viajado e feito uma observação a fundo, também
havia chegado as mesmas conclusões, só que nunca havia publicado aquilo que havia
teorizado.
Há três dados marcantes em sua teoria:
a. Evolução do conceito de Deus – causa
original; reposta ontológica;
b. Evolução dos seres – ao observar as Ilhas
Galápagos, nota que existem diferentes espécies de aves, cada qual com um bico
diferente, este, em função de seu alimento. Logo, havia uma conformação física
de acordo com a necessidade. Daí, surge o que ele chama de seleção natural.
c. Evolução humana – é uma seleção por meio
do sexo, onde, os homens, segundo Darwin, fazem sexo em busca da perpetuação da
espécie. Enquanto que as mulheres buscam segurança.
A descoberta darwiniana é geradora de uma
série de problemas, pois, foi mal interpretada. Segundo Spencer, a evolução
natural e a sexual podem ser aplicadas a tudo, gerando um relativismo ético. Porém,
foge do que anteriormente foi afirmado por Charles Darwin, que não cria uma
lei, mas uma teoria da seleção e evolução natural das espécies.
Por fim, pode-se dizer que a afirmação de
Darwin é científica porque parte da observação e comprovação. É também
falseável porque podem existir casos que fujam daquilo que foi encontrado e
observado em sua pesquisa.
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19/08/2014 (Messias Oliveira)
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19/08/2014 (Messias Oliveira)
TEXTO FILOSOFIA DA CIÊNCIA
(http://losservatoredellafinistraaltrui.blogspot.com.br/2014/08/filosofia-da-ciencia.html)
O texto, presente no blog acima citado, descreve a Filosofia
da ciência da seguinte forma: é o campo da pesquisa filosófica que estuda os
fundamentos, pressupostos e implicações filosóficas da ciência, incluindo as
ciências naturais como física e biologia, e as ciências sociais, como
psicologia e economia.
Levanta questões importantes para a investigação,
assim como a ciência, tais como: O que? Como? Quando? Por que? Diferentemente
das ciências, a filosofia questiona o por quê das coisas, problematizando e
adentrando onde a ciência não alcança. A filosofia se distancia da ciência no
quesito “fazer”, na aplicação prática; ela não busca aplicar na empiria as
teorias discutidas. Suas discussões requerem reflexão, adentrando às fontes, às
origens, ao ser.
A ciência aborda questões presentes na vida
rotineira-material do homem; interfere em questões práticas, objetivas. Ela
domina a TECHNÉ, abordando resultados palpáveis, cujo seus métodos buscam
precisão e exatidão. Parte de uma hipótese para a verificação, através de
teorias que resultam em uma lei. Isso quer dizer que a ciência cria hipótese,
pesquisa e atua no seu contexto, na sociedade e no tipo de homem que interfere
no meio em que vive – natureza, política, sociedades.
O construtivismo social trata dos aspectos sociais da
ciência, o resultado na sociedade da atuação científica. Dar-se como a parte
prática da ciência, criticando o diálogo entre os cientistas, e, focando sua
atenção na objetividade.
Uma problemática se estabelece quando questionamos os
limites da ciência; o momento em que se impõe uma delimitação permite a
definição de sua área de atuação. Isso pode ser exemplificado com o caso da
medicina, que por sua vez, não tenta explicar o homem como um todo, mas sim o
estudo de suas partes específicas, com a observação e manutenção da saúde do
corpo.
DUAS HIPÓTESE EXTREMAS: EVOLUCIONISMO ABSOLUTO E
CRIACIONISMO CIENTÍFICO
O texto se refere a questões relacionadas às teorias
evolucionista e criacionista; da hipótese de uma comunicação entre as duas
vertentes de explicação da origem da vida. Duas vertentes radicais que imprimem
limites quanto ao início e ao fim da vida.
O criacionismo científico atribui explicações
científicas baseadas na bíblia e na tradição religiosa. Corrente surgida e
desenvolvida nos Estados Unidos por protestantes e carregadas de tentativas de
explicações que, se questionadas, chegam ao ponto de forjar provas, até mesmo
materiais, de relatos bíblicos, alterando sua significação original.
Dois polos simples e objetivos são estabelecidos para
a reflexão sobre a vida: o homem e globo (aqui entendido como a dimensão
material). De um lado a religião, com a explicação sobre o homem; do outro, as
ciências, a técnica. Se, por uma via, é arriscado apostar uma junção das duas
vertentes, por outra, se configura também como um grande risco a generalização
da explicação por uma única vertentes. A explicação darwiniana da evolução das
espécies, aplicada aos animais, foi reinterpretada por Herbert Spenser e também
aplicada ao homem na sociedade. Uma mudança evolutiva dos menos adaptados para
os mais adaptados.
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26/08/2014 (Messias Oliveira)
O professor faz uma introdução retomando o assunto da
aula anterior acerca de duas vertentes sobre a origem da vida: criação e
evolução.
As teorias científicas partem de um princípio em que o
universo ainda está em expansão (modificação). Um desafio se estabelece em
provar que todo o universo (corpos celestes) tenham se originalizado de uma
pequena massa, como afirmara Steve Hopkins. Também, entre outras
teorias, encontra-se uma insuficiência em explicar o que pode ser o princípio
ordenador, harmonizador, organizador do universo. A ciência consegue alcançar
até certo ponto a explicação científica para o surgimento do universo. O que
vem depois?
O relato bíblico é pressuposto para o relato científico?
Em que se apoia o relato bíblico da criação? Tradições culturais e/ou
religiosas existentes defendem a origem do universo, partindo de um ser
supremo, que tenha ordenado tudo; uma consciência superior dotada da capacidade
de criação, de gerar vida.
A distância entre as tradições bíblicas, religiosas ou
míticas que serve de base para a afirmação de uma inspiração divina que relata
literalmente a criação da terra, pode não ser intencionada em fornecer explicações
científicas, mas sim a influência divina na vida do homem, em contato com a
natureza-tempo-universo. Nitidamente a racionalidade abordada na bíblia não
segue uma razão cartesiana, por exemplo, não tem a intenção de provar
cientificamente seus relatos e narrativas através de experimentos e comprovações
metódicas. Não se pode negar que existem muitos relatos de cunho poéticos e o
uso de parábolas para muitas explicações na bíblia, o que garante a
impossibilidade de serem comprovados cientificamente, permanecendo à critério
de interpretações à luz da divindade, considerando seu contexto e dentro da
história ou narrativa na tradição religiosa.
A cautela científica permite a averiguação constante. Não
é justo pôr à prova questões religiosas/míticas envolvendo fé e inspiração
transcendente, cuja tentativa de comprovação torna-se inviável.
O objeto da filosofia é o pensável; o da teologia é o
dado revelado; e o da ciência, é experimentável. Diante dos inúmeros
questionamentos de que a filosofia e a teologia não podem ser comprovadas, é
correto afirmar que elas estão também sujeitas ao rigor científico através da
hermenêutica, com critérios e observância dos textos e fontes, resultando em
estudos criteriosos e bem fundamentados.
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2/09/2014 (Messias Oliveira)
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2/09/2014 (Messias Oliveira)
Apresentação
e exposição. Continuação do tema “Senso comum e ciência” do livro Filosofia da Ciência - Introdução ao
jogo e suas regras, cap. 2, de Rubem Alves (Editora Brasiliense,
1981), Apresentada por Jorane Fagner. O tema trata da desmistificação da figura
do cientista, das diferenças entre crença e ciência presentes na vida das
pessoas, em que o contraste visível entre ciência e senso comum não deve
estabelecer hierarquia, separar os indivíduos entre os mais e menos inteligente,
mas deve, sim, equipará-los como participantes de um mundo altamente interativo
e pronto para mudanças e evoluções.
Rubem Alves usa do recurso de
retirar das situações rotineiras os exemplos existentes entre atitudes científicas
e as típicas do senso comum, que podem drasticamente alterar o resultado da
interferência no meio. A ação científica é motivada ante um modelo seguro. “É o
defeito que faz a gente pensar” – a frase do autor estabelece uma importância
acentuada na observação e identificação do problema, para que todo esforço seja
feito para encontrar solução, que por sua vez, quando atingida, sinaliza uma
superação do modo de ser e agir baseado nas sensações.
Um pressuposto para o entendimento
da realidade é contemplá-la e refletir seus problemas e interrogações com
clareza. Esse esforço é característica de uma atitude científica, do fazer
ciência a partir do meio. É ressaltada também a importância do uso de
instrumentos e seu conhecimento para uma ação instrumentalizada.
A elaboração de uma teoria apresenta
seu resultado na averiguação de um comportamento ou elemento em sua repetição
ou aplicação para que se verifique a reafirmação ou refutação, quando exposta à
comunidade científica. A teoria é a
parte abstrata/ teórica da ciência, importante na problematização para a
solução. Esta solução permite sair de onde se estar para onde se deseja ir.
O desconhecido é o desafio. A descoberta abre uma nova
dimensão para a comprovação da teoria. Só se pode distanciar-se do senso comum
a partir do momento em que o problema é estabelecido; o procedimento a ser
tomado é o que pode diferenciar a ação do indivíduo; a eficiência e exatidão da
escolha tomada vai depender da via escolhida por este indivíduo: senso comum ou
ciência.