Vik Muniz, os irmãos Campana e o valor das idéias
Vik Munik ao lado de seu auto-retato |
De uns anos pra cá se tem notado o despertar da valorização dos
artistas contemporâneos brasileiros. Passadas décadas da modernidade importada
e, por vezes, extravagante de nomes como Tarsila do Amaral e Vittorio Beheret -
que fez-se registrar como brasileiro com o nome de Vítor Brecheret -,
finalmente se sente em ambiente europeu novos nomes carregados de originalidade
brasílica.
Stedelijk museum |
Dentre eles, o maior, o mais "hosanado" é o di Vik Muniz.
Com ele, emergem nomes como o dos irmãos Campana, metodicamente originários das
periferias metropolitana e em estreito contato com as tradições culturais do
povo brasileiro. Do uso genial do lixo - feito por Vik - à adaptação
originalíssima de retalhos, cadeiras de plástico e outros materiais não somente
deram um extraordinário valor agregado a produtos descartados ou de uso popular
mas inspiram novas gerações a buscar no quotidiano, no tradicionalmente
brasílico, o novo a ser promovido, mostrado, revisitado e descoberto por
continentes como o europeus, cansado dos standards
"made in Ikea", a maior
rede de lojas sueca distribuidora de moveis do tipo "compre e monte
sozinho".
Lendo recentemente uma entrevista dos irmãos Campana a uma revista
italiana encontrei esta pérola: "os materiais adquirem valor com as ideias
e a habilidade dos artesãos". Achei tanto elementar quanto genial pois
revela o quanto pode ainda ser desvelado ao mundo estufo do mesmíssimo, a
originalidade das pessoas ordinariamente comuns que usando ideias adaptaram às
circunstancias tropicais os mais diversos materiais autóctones ou oriundos dos
diversos contingente e continentes que aportaram no Brasil para constituir o
novo mundo nos trópicos.
O que dizer dos maravilhosos quadros de Vik Muniz feitos a partir de
materiais recolhidos no lição da cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro?
Das poltronas; ou do new look do Stedelijk museum, da Holanda, ou do café
do Musée d'Orsay? Brasilieirisimamente originais!
O contato com a cultura popular bem que parece ter nutrido as ideias
destes jovens e famosos artistas contemporâneos brasileiros.
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